sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Pitadas de insônia

Maravilha... Duas e meia da manhã e uma chuva como eu nunca vi antes por aqui - talvez uma sobra desses tornados recém-inventados lá do Sul - me acorda e me tira o sono. Não, não foi bem assim...

Vamos reformular: duas e meia da manhã e eu acordei e perdi o sono. A chuva caiu incrivelmente forte e me fez deparar com alguns problemas da minha casa, daqueles que só surgem quando a chuva cai incrivelmente forte. Mas, se foi a chuva que me acordou, não foi ela que me fez perder o sono: ela só completou o serviço.

Na verdade o sono já tinha ido embora de um corpo que, às dez, quando eu terminei minha última aula, sentia-se extremamente cansado. Mas, pra falar a verdade, cansaço e sono não são mais, já há algum tempo, palavras que possam expressar alguma sinonímia. O cansaço tem sido algo mais presente. O sono tem sido resultado de algum torpor alcoólico ou de raros momentos de satisfação que, de qualquer forma, embriagam.

O pior é pensar no significado disso... Pensar que cada vez mais os momentos de satisfação estão, de alguma forma, associados ao torpor alcoólico. Que a cara limpa dificilmente permite esses momentos, já que ela abre espaços demais no cérebro pra que outros pensamentos - nada satisfatórios - se imiscuam, sorrateiros ou nem tanto.

De repente os cafofos são lugares - especialmente quando moram dentro de nós - onde não se dorme sóbrio. A sobriedade, se acordamos no meio da noite, revela casas grandes e cheias de pequenos, mas desgastantes problemas, nos rouba o acolhimento do cafofo e nos tira o sono.

Nenhum comentário: