quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Saindo fora... e fechando a porta atrás de mim.

Eis que se passaram dois meses desde que Virgínia, Priscila e Suzane entraram no Cafofo... e nenhum de nós quatro está mais lá. Aquele cafofo está mais vazio do que nunca e, de mim, lá só ficou a persiana, o box do banheiro e o armário da pia... que eu espero que sejam úteis para o próximo ocupante. Certamente vieram comigo algumas lembranças, também... Lembranças de taças de vinho, noites de prazer e planos inconclusos. Mas as lembranças dominantes - depressão, pranto, falta de perspectivas - eu fiz questão de deixar por lá quando eu saí. Espero que não grudem nas paredes como velhos fantasmas e se dissipem na primeira faxina.

Se a pequenez do Cafofo me oprimia, a amplidão da minha casa, ao contrário, amplia meus horizontes. Descobri que é muito mais fácil se sentir só quando se dispõe de quatro paredes apenas, do que quando se tem vários cômodos, múltiplos cafofos entre os quais transitar. Isso deve ser coisa de quem já passou dos 40: sente-se falta de uma certa dignidade, não é mesmo? Que, com essa dignidade, venham novos planos e, quem sabe, que alguns deles dêem certo

Pensei até em encerrar este blog. Mas não... Acaba que, no fundo, o verdadeiro Cafofo não é simplesmente o lugar onde a gente mora, mas o lugar que mora dentro da gente. E aqui eu escrevo coisas que eu não escrevo em outros lugares. Coisas que falam do cafofo dentro de mim e que precisam ser externadas. Portanto, vou deixar uma imagem do velho Cafofo que eu acho que representa bem o que vem de agora em diante. Uma foto que eu tirei da janela, no meu último dia lá... Novos horizontes!



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